É certo que atualmente se fala muito de esquizofrenia. No entanto, sabe do que se trata?

A esquizofrenia é uma perturbação psiquiátrica grave e incapacitante, com alterações significativas na forma de pensar da pessoa, na sua vida pessoal, familiar, social e profissional. Não obstante estas dificuldades, também condiciona de forma substancial a vida emocional e o comportamento no geral. Tal significa que não afeta apenas o indivíduo, mas sim todos os que o rodeiam. A sua prevalência é de 1% da população e tende a manifestar-se no fim da adolescência.

Estes indivíduos são considerados, com frequência, violentos. No entanto, esta não é uma característica da perturbação. Os índices de violência são relativamente baixos e, quando acontecem (muitas vezes quando associados ao consumo de droga e/ou pensamentos delirantes, por exemplo) as vítimas são, geralmente, familiares com quem coabitam. Quais são, então, os principais sintomas?

Os sintomas são muitos e muito diversificados, mas em traços gerais traduzem uma perda de contacto com a realidade:

– Alucinações (que podem ser auditivas, visuais e/ou olfativas);

– Pensamento mágico e delírios (quando criam uma narrativa paralela, por exemplo, de que alguém o persegue);

– Discurso confuso e desorganizado;

– Alterações do movimento (ficar na mesma posição durante horas ou, por outro lado, executar movimentos de forma repetida e exagerada, por exemplo);

– Perda de prazer nas atividades do dia-a-dia;

– Entre outros.

Relativamente à intervenção, é fundamental a coadjuvação da psicoterapia com a psicofarmacologia de forma consistente, tendo em conta que é uma perturbação crónica. Se, por um lado, a medicação possibilita o controlo sintomático, a psicoterapia apoia a reintegração do indivíduo nas suas atividades diárias, tanto a nível emocional, familiar, social como profissional.

Apesar de não haver um tratamento que permita a cura, é possível que estes indivíduos tenham uma vida equilibrada, satisfatória e feliz. Para isso, uma intervenção precoce e multidisciplinar é fundamental.

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