Bipolaridade

Usamos o termo bipolar como uma característica pessoal, frequentemente de forma leviana. “És bipolar!”, já todos ouvimos, correto?

Mas, o que é a bipolaridade?

É uma perturbação psiquiátrica crónica – Perturbação Bipolar – (e não um traço de personalidade ou uma característica como por vezes consideramos), caracterizada por variações acentuadas no humor. Manifesta-se, geralmente, por duas fases distintas: fases de humor elevado, com aumento da energia e da atividade e fases de depressão com quebras significativas da energia e da atividade. Tal como o próprio nome indica, estas duas fases são polos extremos. Existe, no entanto, uma terceira fase, a que chamamos episódios mistos, e onde podem ocorrer simultaneamente sintomas típicos das duas fases, por exemplo euforia e depressão ao mesmo tempo. A frequência e a duração de cada fase são muito variáveis de pessoa para pessoa, não havendo um padrão definido.

Apesar de não terem uma relação causal, existem alguns fatores de risco que podem aumentar a probabilidade de desenvolver a perturbação, tais como:

Stress muito intenso

– Abuso de substâncias (drogas e/ou álcool)

– Morte ou doença de pessoas próximas

– Abusos na infância

– Casos da perturbação noutros familiares (cariz hereditário)

Como deves imaginar, ou como tu próprio sentes, estes sintomas e esta sucessão recorrente de fases (tão diferentes!) acarreta para o indivíduo inúmeras consequências pessoais, profissionais, familiares, sociais. Não obstante estas consequências, o sofrimento interno pode ser muito intenso, devastador e disruptivo, o que explica as altas taxas de suicídio. É fundamental um diagnóstico precoce, como forma de atenuar as consequências para o indivíduo e respetivo meio social/familiar. No entanto, este diagnóstico dever ser diferencial, uma vez que esta perturbação pode ser facilmente confundida com outras semelhantes com as diferentes fases, como depressão, ansiedade, mania, entre outros. É, assim, essencial abordar toda a história clínica do indivíduo, e não apenas os últimos meses de sintomatologia. Para além disso, um diagnóstico errado, e por consequência a prescrição de medicação não aconselhada, pode exacerbar o surgimento de novos episódios. Por exemplo, se um indivíduo for medicado com farmacologia antidepressiva, tal medicação pode levar ao surgimento de um episódio maníaco. Desta forma, o tratamento farmacológico deve passar por estabilizadores de humor, antipsicóticos, antidepressivos e anticonvulsivantes.

Se estás, ou se conheces alguém com este tipo de sintomas, é fulcral recorrer a ajuda o mais rapidamente possível para que seja possível uma avaliação diferencial. Sem o respetivo tratamento, a perturbação não passará com o tempo, bem pelo contrário.

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Perguntas frequentes:

– Sinto-me triste há bastante tempo. Poderei ter perturbação bipolar?

Não podemos responder com fiabilidade, sem efetuar uma avaliação detalhada da história clínica dos sintomas. De facto, pode tratar-se de um quadro de Perturbação Bipolar, em que predominam as fases de episódios depressivos. No entanto, estes sintomas podem ser melhor explicados por outra perturbação, por exemplo Depressão. Desta forma, deve procurar um profissional de saúde mental para proceder a uma avaliação rigorosa e a um diagnóstico diferencial.

– Tenho um familiar próximo com perturbação bipolar. Também posso ter?

Existe, de facto, uma componente hereditária nesta perturbação. Não é, no entanto, causa única nem é determinante para o surgimento da patologia. Assim, e apesar de existirem fatores de risco (como a hereditariedade), apenas com o evoluir da vida e dos sintomas conseguimos avaliar e diagnosticar. No entanto, se tem alguma sintomatologia, recorra a um profissional de saúde mental.

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