
Cada vez mais as crianças e adolescentes mostram-se dependentes do digital, mostrando uma tendência para estarem progressivamente mais tempo ligados à Internet, nos dispositivos móveis ou noutras tecnologias digitais.
Já experimentou estar num local público, numa sala de espera, numa esplanada ou num restaurante e olhar à sua volta? Quantas crianças ou adolescentes observa a utilizar os telemóveis ou tablets? Com toda a certeza muitos.
Para além de lhes permitir quebrar o tempo e preencher determinados espaços temporais, é a forma de se conectarem ao mundo. No entanto, e se pensar sobre a questão, ao conectarem-se ao mundo, estão precisamente a distanciar-se dele. Aquilo que acontece com frequência é, em situações sociais, cada um estar alienado no seu próprio mundo, na sua própria existência, não interagindo com quem está ao seu redor. E porque acontece?
Entre muitas outras razões, porque muitas das outras pessoas também o estão a fazer. Ou seja, este foi um sistema circular criado por nós, e em que somos nós os principais lesados, incluindo também as crianças e os adolescentes que aprendem imitando exemplos, quer de adultos quer de outras crianças ou adolescentes.
Conseguiremos quebrar esta tendência?
É uma questão que nos suscita muitas dúvidas, pois de alguma forma estamos presos a esta realidade digital. Mas, se por um lado fomos nós enquanto cidadãos que criamos este sistema e esta forma (não só, mas também) de interação social, à partida seremos nós os responsáveis e capazes de quebrar esta tendência. No entanto, é algo que está já tão enraizado na sociedade e no quotidiano, que será muito exigente lutar pela mudança. Mas devemos, mesmo assim, procurar a mudança nesse sentido.
Devemos ser nós cidadãos, enquanto seus criadores, a controlar o digital, e não sermos nós os controlados, tal como se tem verificado nos últimos anos.
Vale a pena lutar pela mudança!