
A notícia “Estudantes com mais sintomas depressivos devido ao isolamento” divulgada no dia 29 de Abril no Jornal Público, traz um estudo realizado no Hospital Júlio de Matos, que aponta para o agravamento dos casos de ansiedade, sintomas depressivos e insónia, sobretudo entre os estudantes universitários e desempregados. O estudo envolveu 1626 indivíduos e teve início a 18 de Março, no dia em que foi anunciado o estado de emergência em Portugal.
Os números são alarmantes, uma vez que mostram que os sintomas mencionados são maiores nestes grupos do que entre os profissionais de saúde, os reformados e outras profissões. A pergunta que se faz neste momento é quais são as razões para isto.
Estamos a enfrentar uma pandemia de Covid-19 e uma das medidas para evitar a propagação do vírus é o isolamento social preventivo. A alteração das rotinas pode gerar stress e preocupação, assim como agravar sintomas de ansiedade, depressão e distúrbios do sono.
Com o encerramento das universidades, grande parte dos estudantes universitários tiveram de regressar para a casa dos pais, o que traz a sensação de perda de autonomia e liberdade. O confinamento prejudicou ainda o convívio social, tão valorizado pelos jovens. Soma-se a isso preocupações com os estudos e com o futuro profissional.
Entre os desempregados, impera a preocupação com o sustendo de si próprio e da família, para além das incertezas relativamente ao futuro, uma vez que estamos prestes a enfrentar também uma grave crise económica.
Mais do que nunca, é essencial cuidar da saúde mental, para que as pessoas tenham a resiliência e a força necessárias para enfrentar os desafios que são impostos pelo contexto atual. A Psicologia é uma forte aliada, pois sem equilíbrio psicológico, certamente será ainda mais difícil retornar à normalidade.
É importante ressaltar também que a Psicologia é mais do que apenas tratar perturbações psicológicas e emocionais. A Psicologia é capaz de trazer para os indivíduos um entendimento profundo sobre si próprio, sobre as suas capacidades e as suas limitações. É também uma forma de despertar os recursos internos e as ferramentas necessárias para construir um futuro melhor.
O meu convite neste momento é que veja esta crise pandémica como uma oportunidade de transformação e não apenas como sofrimento. Assuma o controlo sobre os seus pensamentos, emoções e atitudes. Este é o momento certo para se reinventar. Nós estamos aqui para si.
Veja a notícia completa no Jornal Público.