Todos nós temos medos.
É, de certo modo, adaptativo e protetor, uma vez que nos protege de eventuais perigos do dia-a-dia (por exemplo, de ser atropelado, de certos animais perigosos, entre outros).
No entanto, ter uma fobia é muito diferente de ter simplesmente medo. Ter uma fobia implica uma caráter muito desadaptativo e um comprometimento acentuado no funcionamento da pessoa. Deste modo, ter uma fobia é sempre negativo e disfuncional, mesmo que o estímulo fóbico (o objeto, animal, situação que nos causa a fobia) seja pouco frequente ou até pouco apreciado pela maioria das pessoas (como aranhas, ratos, entre outros).
Poderíamos pensar que não haveria problema de ter fobia a ratos, até porque para a maioria das pessoas são animais que representam, na generalidade dos casos, sujidade e a possível transmissão de doenças. No entanto, a Musofobia (fobia a ratos) provoca um elevado comprometimento do quotidiano, podendo provocar alterações significativas das rotinas da pessoa, levando-as a evitar certos locais que poderão ser importantes na sua vida. Por exemplo, evitar frequentar estações de transportes públicos subterrâneas, ir a jardins zoológicos ou a outros locais com muitos animais, entre outros. Para além do evitamento, associam-se outros sintomas, como por exemplo:
– Mau estar global;
– Elevada ansiedade quando antecipa um confronto com o estímulo fóbico;
– Náuseas, batimento cardíaco acelerado, suores, tremores;
– Necessidade de fuga;
– Entre outros.
Mas, como surge a musofobia?
Enquanto sociedade, crescemos a temer este tipo de animais. Para além disso, a existência de episódios negativos relacionados com ratos (nossos ou de outras pessoas) intensifica e aumenta a probabilidade do desenvolvimento da fobia.
Qual é, então, a função da psicoterapia?
O objetivo da psicoterapia não é tornar o rato um animal apetecível nem desejável por quem o tem como estímulo fóbico. O objetivo geral é, sim, tornar o contacto funcional e adaptativo, sem que o indivíduo sinta necessidade de comprometer o seu dia-a-dia e a sua qualidade de vida.
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