Hiperatividade

O termo hiperatividade está na moda, sendo utilizado frequentemente para caracterizar crianças irrequietas, energéticas. No entanto, a Perturbação de Hiperatividade e Défice de Atenção (PHDA) é muito mais que isso, sendo esta uma forma muito redutora (e errada!) de a definir. Do que se trata então?

A Perturbação de Hiperatividade e Défice de Atenção é uma condição neurobiológica do cérebro, pertencente às perturbações de externalização, caracterizada por um padrão sistemático de desatenção e/ou hiperatividade/impulsividade. Desta forma, existem três subtipos, dependendo da presença ou ausência destes marcadores:

Subtipo predominantemente desatento: em que predominam as dificuldades ao nível da atenção e concentração, em terminar ou organizar tarefas, em memorizar detalhes importantes, entre outros.

Subtipo predominantemente hiperativo/impulsivo: em que predominam as dificuldades ao nível do controlo do comportamento motor, traduzindo-se frequentemente em inquietude, incapacidade de aguardar pela sua vez, executar movimentos de forma repetida e contínua (como mexer-se na cadeira, por exemplo), levantar-se em situações em que tal não é socialmente aceite ou apropriado, falar de forma impulsiva e, muitas vezes, agressiva.

Subtipo combinado: onde podem predominar comportamentos e/ou dificuldades de ambos os subtipos anteriores.

É muito importante referir que estas dificuldades têm um elevado impacto na vida das crianças e adolescentes, dificultando o seu desenvolvimento e funcionamento social, familiar, escolar, emocional e afetivo. Importa também referir que alguns destes comportamentos são normativos em certas fases do desenvolvimento humano. No entanto, não de forma tão intensa e disfuncional!

Quando se fala de PHDA, geralmente associamos única e exclusivamente a crianças e adolescentes, uma vez que os sintomas devem estar presentes antes dos 12 anos. No entanto, também é muito prevalente em adultos, mas pode surgir com manifestações diferentes, por exemplo, compras impulsivas, problemas relacionais devido a comportamentos impulsivos, dificuldade em iniciar e terminar tarefas (quer no contexto profissional quer pessoal), comportamentos de risco (por exemplo, uso e abuso de álcool e drogas, comportamentos sexuais de risco), dificuldades em multitasking, entre outros.

Mas, será que a perturbação apenas surgiu na idade adulta? Não! O início ocorre sempre antes dos 12 anos. No entanto, por vezes, o diagnóstico só é feito anos mais tarde (até porque, com frequência, estão associadas outras problemáticas, como perturbações de humor, ansiedade e personalidade, por exemplo).

Iniciar um tratamento indicado que, com frequência pode combinar medicação com psicoterapia, é fundamental, e deve ser feito o mais precocemente possível. É muito importante referir que a medicação por si só traz poucos benefícios sintomáticos, uma vez que é crucial que se aprendam estratégias de resolução de problemas, controlo dos impulsos, comportamentos e atenção, estratégias familiares, entre outros. Pills don’t teach skills! Apenas desta forma é possível maximizar os recursos e utilizar todas as potencialidades destes jovens (e adultos!). Ao contrário do que se possa pensar, a PHDA não passa com o tempo!

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