Jovens Nem-Nem – NEET

Cada vez mais se fala dos jovens Nem-Nem ou NEET (not in education, employment, or training) principalmente tendo em conta o panorama económico e social atual.

Estes jovens não estudam, mas também não exercem nenhuma atividade profissional.

Quais as características dos Jovens Nem-Nem ou NEET?

Faixa Etária: Normalmente, jovens entre 15 e 29 anos, sem ocupação.

Diversidade: Podem incluir jovens que abandonaram a escola, a universidade, que estão desempregados, que enfrentam barreiras socioeconómicas, ou que têm problemas de saúde mental e física ou deficiências físicas.

Variações Regionais: A proporção de jovens Nem-Nem ou “NEET” pode variar significativamente entre diferentes regiões e países, refletindo diferenças culturais, nas economias, nos sistemas educacionais e políticas sociais.

Em Portugal, a percentagem é de 8.9% (enquanto que no ano anterior era de 8.4%), o que totaliza 140 mil jovens nesta situação. Apesar de se situar abaixo da média europeia (11.2%), o número de casos em Portugal aumentou no último ano (2023), depois de vir a diminuir desde 2015.

Em Portugal a diferença não é expressiva, no entanto, na maioria dos restantes países da União Europeia, existe mesmo uma diferença significativa entre homens e mulheres, sendo mais frequente nas mulheres. Esta diferença pode dever-se a vários fatores, como a tendência para pagamento de rendimentos inferiores no sexo feminino (trabalhos precários), a preferência das entidades empregadoras pela contratação de homens e ainda questões relacionadas com o papel da mulher na família e a maternidade (pós-parto, licenças, baixas por apoio a filhos, entre outros).   

Quais as causas dos Jovens Nem-Nem ou NEET?

Desigualdade Socioeconómica:

A falta de recursos económicos e sociais pode limitar as oportunidades educacionais e de emprego para os jovens.

Sistema Educacional Deficiente:

 – Currículos Desatualizados: Programas educacionais que não preparam os jovens para o mercado de trabalho moderno, deixando-os desmotivados e desconectados.

– Falta de Apoio: Falta de motivação intrínseca e baixa resiliência. Insuficiência de orientação académica e profissional, além de apoio psicossocial para estudantes em risco de abandono escolar.

– Qualidade do Ensino: Educação de baixa qualidade que não envolve os alunos ou não desenvolve competências relevantes para o emprego.

Questões Pessoais e Familiares:

– Problemas de Saúde Mental: Perturbações de ansiedade e do humor, traumas e perdas, depressão, perturbações da personalidade, podem dificultar a participação em atividades educacionais ou de emprego.

– Responsabilidades Familiares: Jovens que precisam cuidar de familiares, como irmãos menores ou parentes doentes, podem não conseguir se dedicar a estudos ou ao trabalho.

– Falta de Apoio e Orientação: Ausência de apoio familiar ou falta de apoio de mentores que incentivem e orientem a busca por educação e emprego.

Mercado de Trabalho:

O desemprego juvenil pode ser alto devido a uma economia fraca, falta de experiência dos jovens, e a demanda por competências específicas que os jovens não possuem.

Para além destes fatores, existem ainda barreiras culturais discriminatórias, baseadas no género, etnia ou status socioeconómico que podem impedir que alguns jovens tenham igual acesso a oportunidades de trabalho ou educação.

Na sua maioria, estes jovens são marcados por situações vulneráveis, de exclusão social ou dificuldades económicas, em que predomina a baixa escolarização. Para além disso, a saúde mental também se tem verificado ser um fator importante para esta realidade, sendo a ansiedade social e generalizada, a baixa autoestima, autocrítica, ou a falta de aspirações profissionais, por exemplo, grandes obstáculos interiores para a inclusão ou integração destes jovens na vida profissional. Desta forma, os principais objetivos para combater estes dados são, precisamente, motivar os jovens para a educação e formação e para a posterior entrada no mercado de trabalho. Para isso, têm sido criadas várias medidas de apoio, como estágios e benefícios para os empregadores. No entanto, é crucial que se avalie qualitativamente, traçando um conjunto de medidas mais inclusivas, que permitam identificar a adequação destas medidas no terreno.

Quais as Consequências dos Jovens Nem-Nem ou NEET?

As consequências são muitas e variadas, e podem verificar-se no contexto económico (perda de produtividade e contribuição económica, aumentando a carga sobre os sistemas de bem-estar social), social (marginalização e exclusão social, aumentando o risco de envolvimento em comportamentos delinquentes ou atividades criminosas) e pessoal (impacto negativo na autoestima, saúde mental e bem-estar geral dos jovens).

Que soluções e intervenções dispomos?

Apoio Social e Psicológico:

– Fornecemos serviços de apoio psicológico e orientação de carreira para ajudar os jovens a superar barreiras pessoais e profissionais;

– Promovemos programas de psicoterapia integrativa, mentoria e coaching;

Políticas Educacionais:

– Reformar e adaptar os currículos vitae para que sejam mais relevantes para o mercado de trabalho atual;

– Implementamos programas de prevenção ao abandono escolar e apoio aos alunos em risco;

Programas de Emprego e Treinamento:

– Promovemos o desenvolvimento de programas de estágio, aprendizados e treinamento vocacional que preparem os jovens para o mercado de trabalho;

– Encontrar os melhores incentivos fiscais e subsídios para empregadores que contratam jovens;

Inclusão e Diversidade:

– Promover as políticas que promovam a inclusão de jovens de diferentes origens, combatendo a discriminação e promovendo a igualdade de oportunidades;

Parcerias Público-Privadas:

– Estabelecer colaborações entre governos, empresas e organizações não-governamentais para criar oportunidades de emprego e treinamento para os jovens.

Dizemos, com frequência, que os jovens são o futuro. Mas, estaremos a caminhar na direção certa?

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