Insónias

Ouvimos com frequência que “dormir é meio sustento”. Não que o sono tenha um caráter alimentar, mas é de igual importância em termos de saúde e bem-estar físico e psicológico.

Dormir tem diversas funções, entre as quais restaurar o equilíbrio e energia e força do organismo, preparando-o para o dia seguinte, tanto em termos físicos, mas também mentais, cognitivos e emocionais.

Percebemos, portanto, a importância de dormir. Mas, e quando tal não acontece? E quando não dormimos o suficiente? E quando o sono não cumpre a sua função? Podemos estar perante insónias.

A insónia é uma experiência de sono disfuncional que pode ser dividida em 3 grupos, de acordo com a dificuldade sentida:

– Insónia inicial: dificuldade em iniciar o sono, demorando por vezes horas até adormecer

– Insónia final: não existe dificuldade em adormecer, mas há um despertar muito precoce (acordar, por exemplo, às 5h da manhã e não voltar a adormecer)

– Insónia intermédia: quando existem vários despertares durante o período de sono

No entanto, o número de horas de sono não é o único indicador a ter em conta, mas também a própria qualidade do sono, se cumpre a função de restabelecer o equilíbrio no organismo ou não. Ou seja, mesmo dormindo o número de horas indicado, podem existir de igual forma problemas do sono caso este não seja reparador, existindo um cansaço extremo e uma sensação de não ter dormido logo pelo despertar.

A incidência de disfunções do sono parece ter uma tendência crescente. Tal facto deve-se à alteração das rotinas das pessoas, em que os trabalhos por turnos são mais frequentes, mais tarefas a executar antes de dormir, adiando a hora de deitar. A própria ansiedade traz um efeito de bola de neve: não dormir provoca/aumenta a ansiedade, e a ansiedade dificulta, por sua vez, a rotina do sono.

É muito importante que o sono seja valorizado, tal como se valorizam todas as restantes necessidades básicas. Igualmente importante é a procura de ajuda e respetivo tratamento sempre que existam dificuldades neste âmbito. O tratamento deve incidir em duas vertentes: farmacológica (se necessário) e psicoterapêutica.

Do ponto de vista psicoterapêutico, a intervenção vai incidir no reajustamento das rotinas do sono, incluindo comportamentos funcionais e adaptativos. A este conjunto de comportamentos facilitadores do sono chamamos higiene do sono. Alguns dos comportamentos a incluir na rotina do sono são:

– Mantenha uma rotina de sono, em termos de horários, incluindo dias de folga/fim se semana;

– Excluindo os mais novos, evite sestas durante o dia (mesmo que tenha dormido mal na noite anterior. Fazê-lo apenas vai desregular ainda mais o padrão do sono);

– Utilize o quarto apenas para dormir, evitando realizar lá muitas tarefas;

– Antes de dormir, procure relaxar, bebendo um chá morno (sem cafeína) e ouvindo música calma;

– A luz é importante: durante o sono coloque o mais escuro possível. E logo pelo despertar, abra as janelas para deixar entrar a claridade;

– Evite estímulos luminosos e comidas pesadas nas duas horas anteriores às de deitar;

– Vá para a cama apenas quando tiver sono;

Para além destes comportamentos de higiene do sono, é importante fazer uma análise global, uma vez que as dificuldades do sono são, geralmente, sintomas de outros problemas, como ansiedade, depressão, questões do foro alimentar. Desta forma, é crucial intervir também nestas questões com o respetivo tratamento adequado.

Não menosprezes a importância do sono. Não encares como hábito e sem mudança possível. Olha para o teu interior e para a tua mente. Por vezes, a insónia é apenas uma manifestação de que algo não está bem. Não ignores esse pedido de ajuda do teu corpo! Procura apoio o quanto antes.

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