Terapia construtivista

“O futuro não é um lugar para onde estamos a ir, mas um lugar que estamos a criar. O caminho para ele não é encontrado, mas construído e o ato de fazê-lo muda tanto o realizador quanto o destino.” Antoine de Saint-Exupéry

A Terapia Construtivista olha para as representações que o indivíduo faz de si e do mundo como algo que é o resultado da construção que o sujeito faz e não depende do objeto da realidade em si. Desta forma, nesta terapia podemos compreender que não existe uma perspetiva imparcial sobre a realidade, porque tudo que o ser humano vê e sente é em função dos construtos que criou.

O terapeuta irá então trabalhar naquilo que foi construído pelo indivíduo ao longo do seu desenvolvimento, nos seus construtos. No entanto, vale ressalvar que esses construtos não são apenas construídos numa base lógica, mas também numa base fundamentalmente emocional. O que acontece tendencialmente é que o ser humano reage em função das emoções que as situações lhe despertam e estas emoções são sentidas no corpo.

É por esse motivo, que, na maioria das vezes, quando o indivíduo relata uma situação desconfortável, associa uma sensação no corpo, como o nó na garganta, o aperto no peito, entre outras. Todas elas aparecem atreladas a emoções, então muitas das vezes a perspetiva que existe da realidade acontece em função do que o individuo sente no corpo em função da mesma.

É por estes motivos que o coração e a cabeça devem estar sempre alinhados, em coerência porque aquilo que o indivíduo vive acontece em função destes dois fatores. Sendo assim, o pensamento deve ser flexível em relação às próprias emoções.

A patologia surge em grande parte quando há falta de flexibilidade no pensamento em relação às emoções, o que não permite ao individuo viver a experiência de uma forma tranquila, ou seja, a informação da mente e do coração aparece de forma contraditória, o que causa desorientação ao individuo.

Na Terapia Construtivista, a terapia acontece em função da exploração dos construtos, das contradições entre a mente e o coração, para que no fim possam ser construídos novos construtos com significados que tragam harmonia ao individuo.

Referências
Castañon, G. (2005) Construtivismo e terapia cognitiva: questões epistemológicas. Rev. bras.ter. cogn. 1 (2) Rio de Janeiro.
Abreu, C., & Filho, R. (2005) A abordagem cognitivo-construtivista de psicoterapia no tratamento da anorexia nervosa e bulimia nervosa. Rev. bras.ter. cogn. 1 (1) Rio de Janeiro